domingo, 22 de julho de 2007

Lula vaiado
Pela elite burguesa, é claro.

Na linha "reproduções". Essa eu realmente não poderia escrever, pois o mestre é insuperável.

Cumplicidade
Uma comprida palavra em alemão (há uma comprida palavra em alemão para tudo) descreve a "guerra de mentira" que começou com os primeiros avanços da Alemanha nazista sobre seus vizinhos. A pouca resistência aos ataques e o entendimento com Hitler buscado pela diplomacia européia mesmo quando os tanques já rolavam se explicam pelo temor comum ao comunismo. A ameaça maior vinha do Leste, dos bolcheviques, e da subversão interna. Só o fascismo em marcha poderia enfrentá-la. Assim muita gente boa escolheu Hitler como o mal menor. Ou, comparado a Stalin, o mau menor. Era notório o entusiasmo pelo nazismo em setores da aristocracia inglesa, por exemplo, e dizem até que o rei Edward VIII foi obrigado a renunciar não só pelo seu amor a uma plebéia mas pela sua simpatia à suástica. Não tardou para Hitler desiludir seus apologistas e a guerra falsa se transformar em guerra mesmo, todos contra o fascismo. Mas por algum tempo os nazistas tiveram seu coro de admiradores bem-intencionados na Europa e no resto do mundo - inclusive no Brasil do Estado Novo. Mais tarde estes veriam, em retrospecto, do que exatamente tinham sido cúmplices sem saber. Na hora, aderir ao coro parecia a coisa certa. Comunistas aqui e no resto do mundo tiveram experiência parecida: apegarem-se, sem fazer perguntas, ao seu ideal, que em muitos casos nascera da oposição ao fascismo, mesmo já sabendo que o ideal estava sendo desvirtuado pela experiência soviética, foi uma opção pela cumplicidade. Fosse por sentimentalismo, ingenuidade ou convicção, quem continuou fiel à ortodoxia comunista foi cúmplice dos crimes do stalinismo. A coisa certa teria sido pular fora do coro, inclusive para preservar o ideal. Se esses dois exemplos ensinam alguma coisa é isto: antes de participar de um coro, veja quem estará do seu lado. No Brasil do Lula é grande a tentação de entrar no coro que vaia o presidente. Ao seu lado no coro poderá estar alguém que pensa como você, que também acha que Lula ainda não fez o que precisa fazer e que há muita mutreta a ser explicada e muita coisa a ser vaiada. Mas olhe os outros. Veja onde você está metido, com quem está fazendo coro, de quem está sendo cúmplice. A companhia do que há de mais preconceituoso e reacionário no país inibe qualquer crítica ao Lula, mesmo as que ele merece. Enfim: antes de entrar num coro, olhe em volta.

Agora minha visão: Noso Presidente merece repreensão em diversas áreas específicas da política, da economia, etc. Mas eu entendo que pagar no mínimo R$ 120,00 para ter a oportunidade de vaiar o Lula, de forma ensaiada e articulada, não é realmente pra qualquer do povão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu querido Amorim, perdoe-me se não me fiz entender. Primeiro, sei exatamente qual a diferença ente cópia, citação e reprodução, mesmo assim obrigada pela dica. Reclamo dos textos copiados pois acredito que tens condições de tecer teus próprios comentários e é neles que estou interessada. Busco neste blog bem mais que informação, procuro visões inteligentes e um tano quanto subversivas!
Guri, escreve o que tu pensas, fica muito melhor!

Sergio Amorim disse...

Opa! Estou grato pela puxada de orelha. Às vezes é bom um pouco de senso crítico a mais. Fiquei curioso em saber a autoria do comentário. Mas independentemente disso, vou caprichar na próxima.