sábado, 12 de maio de 2007




À luta, companheiros!

Falar mal do governo, criticar o parlamento, abominar os políticos e colocá-los no mesmo saco da escória humana. É o que fazem os jornalões, a TV aberta, e as revistonas. O objetivo é simples: Nós falamos mal deles e o povo sente-se representado. Assim, com tudo certo (eles fazendo suas cafajestagens e nossa imprensa apontando seus erros denunciando tudo) Estamos em equilíbrio. E vamos tocar a vida, pois "a fila tá andando e quem parar é atropelado", diz sempre o apresentador, ao final da metralha de "nenhum governo é bom". Eu penso que essa censura velada, esse controle social por micro-ondas, nos leva cada vez mais à letargia. Sem reação, vamos reclamando e comendo o sopão, enquanto ainda tem.
Chega de lenga-lenga, de falar mal dos políticos e vamos exigir, na rua e no grito, impondo nossa pauta e mostrando nosso descontentamento. Chega de balançar a cabeça ao final do Jornal Nacional e esquecer tudo com a noveleca.

Um exemplo:

Neste dia 23 de maio o movimento sindical cutista novamente estará nas ruas. Será mais um momento de pressão pela manutenção do veto do Presidente Lula à emenda 3 e por mudanças na política econômica que caminhem no sentido do desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.
O dia 23 de maio deve ser um dia de manifestações com ações unitárias estaduais e regionais, envolvendo o conjunto dos movimentos sociais, da Coordenação dos Movimentos Sociais – CMS, e as demais Centrais Sindicais. É um dia de continuidade das nossas mobilizações, como os dias 10 e 23 de abril e o 1º de maio, um momento de debater com a sociedade a necessidade de uma ação conjunta contra a emenda 3 e a retirada de direitos trabalhistas, somando-se à luta por mudanças na política econômica que viabilizem a inclusão, o crescimento econômico que construa uma sociedade mais justa.
As Estaduais da CUT, nossas Confederações e Federações, o conjunto das Entidades filiadas, devem construir a mobilização junto às categorias, debatendo com os(as) trabalhadores(as) nos locais de trabalho as ações como paralisações, assembléias, caminhadas e participação nos Atos Públicos.
Para ampliar a mobilização, buscar o diálogo e o envolvimento da sociedade, as Estaduais e as Entidades Cutistas devem organizar plenárias unitárias com a nossa militância e com as entidades dos movimentos populares, para construir as manifestações de rua, as panfletagens, as caminhadas e os Atos Públicos. O panfleto da CUT já está disponível em nossa página (www.cut.org.br).
Além do conjunto das reivindicações e lutas da militância cutista, como também dos movimentos populares, teremos os seguintes eixos para este dia 23 de maio:

· Manutenção do veto do Presidente Lula, contra a emenda 3;
· Mudanças na política econômica;
· Pela retirada do PLP 01/2007;
· Por uma Previdência Pública para todos e que amplie direitos;
· Por Reforma Agrária e Incentivos à Agricultura Familiar;
· Pela valorização da Educação.

Estas bandeiras mantém, em primeiro lugar, a nossa luta contra a emenda 3 e pela manutenção do veto presidencial. A necessidade da mudança na política econômica é um eixo que unifica todos nós, seja nos movimentos sociais ou na CUT. Neste ponto, basicamente levantamos a bandeira da redução dos juros e do elevado superávit primário.
Vamos divulgar e fazer o debate na sociedade para desmistificar a idéia de que investimento no setor público seja considerado gasto. Esse limitador de 1,5% mais a inflação para o crescimento da folha de pagamento – o PLP 01 - é inclusive um tiro no pé do PAC, pois cria restrições ao crescimento e inviabiliza o Estado, freando concursos e novas contratações.
No debate da Previdência, a CUT reafirma a defesa de uma Previdência Pública e pela ampliação de direitos, tema que faz um enfrentamento claro com setores da mídia e com o capital, que têm pautado esse debate, vendendo a idéia de que a Previdência no Brasil é uma benesse. Reafirmamos que a Previdência Social tem de ser pública e deve ampliar direitos, melhorando o seu financiamento, que deve ser feito com a cobrança sobre o faturamento das empresas e não sobre a folha de pagamento, como é hoje. Esta é uma mudança concreta, que precisa ser feita para fortalecer o caixa da Previdência, estimular a produção e melhorar a empregabilidade. Além disso, as mudanças na política econômica garantem maior produção e mais empregos formais, o que aumenta a receita da Previdência. Outra questão que defendemos é uma política de cobrança dos devedores, para garantir que os cerca de R$ 200 bilhões devidos por grandes empresas sirvam para incrementar o setor.
Temos o debate da reforma agrária e da política agrícola, que são alicerces do desenvolvimento no campo e, principalmente, para o fortalecimento da pequena agricultura, como a valorização da educação, a universalização de um serviço de qualidade e a melhor remuneração dos(as) trabalhadores(as), a ampliação do Orçamento público.

E aí, alguém disposto à arregaçar as mangas, ou vamos continuar só "blogando" e reclamando?

2 comentários:

MAX disse...

Acho que é dever criticar e jamais nos distanciarmos dos princípios que nos norteiam. Isso é básico. Acho que qualificar quem critica o governo Lula como direitoso ou massa de manobra da direita é pura estratégia pra vencer debates. Acho que deve até vir naquelas cartilhas do tipo "se disserem isso, diga aquilo..."

Acho que a luta é mais dinâmica do que se imagina: cuidar dos filhos muda o mundo, assim como blogar, churrascar, conversar na fila do banco ou do supermercado... acho que cada um deve atuar dentro das suas grandes ou pequenas possibilidades.

Quanto a deixar de blogar e se juntar a CUT... acho que prefiro blogar.

Em 2003 participei de diversas atividades na Greve da Previdência (ao contrário da CUT). O resultado do que ocorreu naquele ano foi uma considerável perda de nossos direitos e um ministério para o Luiz Marinho (CUT). Beleza, né?

Sergio Amorim disse...

Cada um contribui com o que pode. Na fila do banco às vezes ecoa mais do que numa passeata. Uma mente despertada, como quem não quer nada, no caixa do supermercado, muitas vezes rende frutos impressionantes, cai a fivha, a pessoa passa a ler outras leituras e pode se transformar em alguém que pensa para além dos jornalões.
Quanto à imprensa, vamos ser honestos: A "doação da vale", o suxateamento da corsan, ceee e crt, a entrega de nossas estradas para as empreiteiras que as construíram com nosso dinheiro a "pasta rosa", etc,,, ficou na mídia? A imprensa, 99% marrom, só publica o que ao capital interessa. Sem essa de "imprensa livre". Nossa imprensa é toda pres: ao lucro.
Quanto à CUT, sabes meu ponto de vista. A Central Ùnica deu uma balançada, quando seu sustentátuco (o PT) conquistou o governo. Balanço, mas não caiu. Estamos resgatando ela para a unidade entre trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada. Qual é a Central Sindical que está hoje defendendo contra "esta" regulamentação da Greve no Serviço Público, contra o PLP 01, pela ratificação da cinvenção 151 da OIT? É a Conlutas, ou a Força?
Aliás, se o pessoal do Psol e PSTU, não tivesse abandonado a CUT, esta reversão (que precisa avançar) teria se dado bem antes, mas eles capitularam. Alias, o Psol também já pulou da Conlutas e fundou outra Central. A CUT tem que ser resgatada, e não abandonada ao petismo governista. Se fossemos abandonar e tratar como inimigo eterno cada entidade, político, autoridade, que nos prejudica em certo momento da luta, ficaría-mos num isolamento que não teria saída, a não ser rever este posicionamento. Daí na política ser, às vezes, necessário engolir certos sapos, como no casamento, na relação com a sogra, com alguns amigos, colegas de trabalho. A vida é política.