segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Esse negócio de blog vai dar o que falar. E escrever. Já saí tropeçando, postando no comentário, mas ignorem o comentário pois não queria comentar, queria postar. Então vamos lá! Vou começar por casa, com um texto que escrevi após a última eleição, para ser publicado na opinião do leitor de nosso semanário Panorama e que, obviamente, não foi públicado. Segue o texto e entenderão o porquê:

Imaturidade política
A sociedade taquarense protagonizou, no último domingo, um grande espetáculo de democracia, participação e, infelizmente, de arraigado conservadorismo político. Contrariando a maioria dos centros urbanos mais desenvolvidos de nosso estado, onde a pequena margem percentual de diferença entre as propostas de governo foi a tônica, Taquara preferiu com larga vantagem os candidatos que, na calada da noite, emporcalharam sozinhos as entradas de todas as seções eleitorais de nossa cidade, numa demonstração de grande desrespeito ao eleitor e à coletividade e clara demonstração do que representa seu projeto político.
Após o equívoco estratégico, que não vem de hoje, de não eleger nenhum representante local para a Assembléia Legislativa, novamente o eleitor taquarense pretere os representantes legítimos do povo e maciçamente prefere a elite paulistana para governar o estado e o país, sem se dar conta de que o projeto que os senhores Alckmin e Yeda representam já foi testado e recusado nacionalmente pela população, tendo sido responsável pelo aprofundamento, na década passada, da desigualdade social e da má distribuição de riqueza e renda no Brasil.
Nossa sociedade local tem capacidade de ser conservadora, mantendo seus valores éticos e imprescindíveis preceitos morais, sem necessariamente abrir mão de apoiar os novos projetos de governo que invertem a lógica nefasta, que só dá certo na cozinha: fazer o bolo crescer para só depois distribuí-lo entre todos.
O primeiro mandato do governo Lula provou que é possível, como já se pregava há 20 anos atrás, crescer distribuindo renda, pois é exatamente essa redistribuição da riqueza nacional que gera mais consumo, que gera mais produção, mais empregos e, de forma firme e consolidada, faz crescer o país distribuindo sua riqueza, como mola propulsora do desenvolvimento.
A escolha foi feita e será democraticamente respeitada, cabendo agora ao cidadão atuar politicamente nas instâncias competentes, a fim de cobrar, tanto do presidente reeleito quanto da governadora eleita, o cumprimento de compromissos de desenvolvimento social, com a consciência de que a participação do cidadão não se dá somente de 4 em 4 anos, mas cotidianamente, na fiscalização e cobrança dos mandatários eleitos.
Sergio Amorim dos Santos
Servidor Público Federal

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